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RETROSPECTIVA 2024: PEC da Segurança Pública e a integração nacional

O ano de 2024 foi marcado por avanços significativos na reorganização da segurança pública no Brasil. Em destaque, esteve a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, uma iniciativa do Governo Federal que visa integrar e fortalecer as ações entre os entes federados.

Carlos Nascimento
Por: Carlos Nascimento Fonte: EDITORIA DE POLÍTICA
25/12/2024 às 10h37
RETROSPECTIVA 2024: PEC da Segurança Pública e a integração nacional

O ano de 2024 foi marcado por avanços significativos na reorganização da segurança pública no Brasil. Em destaque, esteve a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, uma iniciativa do Governo Federal que visa integrar e fortalecer as ações entre os entes federados, promovendo maior eficiência no combate ao crime organizado. Inspirada em modelos como o Sistema Único de Saúde (SUS), a proposta busca estabelecer diretrizes nacionais e uma linguagem unificada para a segurança pública, mantendo a autonomia dos estados e municípios.

A Construção da PEC - Integração e Diálogo
Ao longo do ano, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, conduziu um amplo diálogo com governadores, prefeitos e secretários de segurança pública de todas as regiões do país. Esse esforço de articulação incluiu encontros com o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) e o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (BrC), onde foram discutidos pontos como a criação do Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária.

Durante esses debates, foram levantadas preocupações sobre a necessidade de padronizar boletins de ocorrência, mandados de prisão e outros protocolos, bem como o fortalecimento das forças de segurança para enfrentar desafios transnacionais da criminalidade.

Principais Mudanças Propostas
Constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (Susp): Criado em 2018, o Susp passa a ter status constitucional, garantindo maior estabilidade e resistência a mudanças políticas de curto prazo.

Expansão da Atuação Federal: A Polícia Federal (PF) ampliará suas competências em crimes ambientais e interestaduais. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) será transformada em uma polícia ostensiva federal, com atuação também em ferrovias e hidrovias.

Padronização Nacional: Protocolo único para boletins de ocorrência, mandados de prisão e outros processos, promovendo comunicação eficiente entre as polícias.

Fundo Nacional de Segurança Pública: Constitucionalização do fundo, garantindo recursos contínuos e protegendo-os de contingenciamentos.

Diretrizes Nacionais: União como responsável por estabelecer diretrizes gerais para políticas de segurança e defesa social.

Controvérsias e Ajustes
Apesar do apoio majoritário, a PEC enfrentou resistências de governadores, principalmente em relação à prerrogativa federal de definir diretrizes gerais. Governadores como Ronaldo Caiado, de Goiás, pediram maior autonomia legislativa para os estados em temas de segurança. Essas críticas foram debatidas em reuniões como o Fórum Nacional dos Governadores, resultando em ajustes no texto final da PEC.

Impactos e Perspectivas - O que muda?

Maior Integração: As forças de segurança trabalharão de forma coordenada em nível nacional, reduzindo lacunas nas investigações.

Recursos Garantidos: Investimentos em tecnologia, capacitação e equipamentos estarão protegidos de cortes orçamentários.

Fortalecimento Federal: A criação da polícia ostensiva federal trará uma nova dinâmica para o combate ao crime organizado em vias de transporte.

O que não muda?
Autonomia dos Estados: Os estados e municípios continuarão gerindo suas próprias polícias.

Sistemas Descentralizados: As unidades federativas manterão seus sistemas tecnológicos.

A PEC da Segurança Pública representa um marco na história do Brasil ao propor soluções estruturais e integradas para um problema tão complexo quanto a criminalidade. Com sua implementação prevista para os próximos anos, espera-se que a união de esforços entre União, estados e municípios resulte em um sistema mais eficaz, transparente e capaz de enfrentar os desafios do futuro.

Essa iniciativa tem o potencial de redefinir a forma como o Brasil lida com a segurança pública, especialmente ao enfrentar um cenário em que o crime organizado atua de maneira transnacional. A integração entre as polícias, o uso de tecnologia de ponta e a padronização de protocolos podem se tornar instrumentos essenciais para proteger a população e garantir a paz social. Além disso, a PEC estabelece as bases para que as políticas de segurança sejam mais consistentes e menos suscetíveis às mudanças políticas, proporcionando maior estabilidade institucional.

No entanto, o sucesso dessa reforma dependerá não apenas de sua aprovação, mas também de um processo de implementação inclusivo e colaborativo, que respeite as particularidades regionais e garanta o compromisso de todos os envolvidos.

A PEC da Segurança Pública é mais do que uma mudança legislativa; é um passo essencial para um Brasil mais seguro e unido.

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Crispiniano DaltroHá 2 dias SalvadorII - Pois justamente os governadores estaduais não abriram mão da prerrogativa de controlar não só as PMs. Daí resolveram propor através do SENASP - Secretário Nacional de Segurança Pública, subordinada ao Ministério da Justiça em 2007, lançar um plano de segurança pública, para os Estados, condicionado um Orçamento de incentivo aos Estados, desde que os governadores...
Crispiniano DaltroHá 2 dias SalvadorI - Essa ideia da PEC de Segurança Pública, não é do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, mas sim do PT, que desde a sua primeira eleição do Lula a presidente tentou emplacar. Primeiro surgiu a proposta de desconstitucionalizar o Capítulo da Segurança Pública, Art 144, onde a ideia era acabar com o controle dos governadores aos Coronéis Militares da PM, conseguindo esbarrar que Segurança é cláusula pétrea. Depois sugere a Proposta do SUSP, sendo que não deu certo;
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