Na Bahia, o PLANSERV — plano de saúde dos servidores estaduais — tem sido alvo de críticas constantes pela precariedade no atendimento. Recentemente, o escrivão da Polícia Civil Laudelino compartilhou um relato alarmante sobre sua experiência após sofrer um grave acidente. Seu depoimento evidencia o desprezo do governo em relação aos servidores e expõe problemas estruturais que precisam de solução urgente.
O Relato de Laudelino
Na manhã de um dia comum, enquanto caminhava no bairro Pau Miúdo, em Salvador, Laudelino foi atropelado por um veículo em alta velocidade. Com duas fraturas na coluna lombar, ele enfrentou uma verdadeira via-crúcis até receber atendimento adequado. O SAMU demorou cerca de 30 minutos para chegar, e, mesmo após a longa espera, nenhum hospital conveniado ao Planserv aceitou sua regulação.
Foi somente no Hospital Geral do Estado (HGE), uma unidade pública, que Laudelino encontrou socorro. Lá, ele realizou exames e recebeu alta no mesmo dia, retornando para casa com dores e inseguranças sobre sua recuperação. Seu sentimento de insatisfação com o Planserv foi claro: mesmo contribuindo regularmente, ele se viu desamparado em um momento de extrema necessidade.
O Contexto Crítico
O caso de Laudelino não é isolado. Outros servidores públicos compartilham experiências semelhantes, apontando falhas graves no sistema de saúde oferecido pelo estado. Como ressaltado pelo colega Crispiniano Daltro, os hospitais públicos, como o HGE, são os únicos capazes de prestar atendimento emergencial com equipes médicas completas, enquanto os hospitais particulares conveniados demandam autorizações demoradas.
Essa situação é agravada por cortes orçamentários impostos ao Planserv, que teve seu teto de repasse reduzido nos últimos anos. Durante a pandemia, enquanto os servidores mantinham suas contribuições regularmente, o plano acumulou recursos, mas não ofereceu o atendimento necessário. Esse paradoxo reflete uma gestão falha e desconectada das reais necessidades dos seus beneficiários.
A Urgência de Mudanças
A solução para essa crise passa pela intervenção imediata na gestão do Planserv. É imprescindível que os sindicatos de servidores públicos adotem uma postura mais firme, acionando a Justiça para garantir que os recursos sejam utilizados de forma correta e transparente. Além disso, é necessário que o governo do estado priorize a saúde dos seus servidores, assegurando o funcionamento pleno dos serviços oferecidos.
O relato de Laudelino e as observações de Crispiniano revelam um sistema de saúde negligente que desampara os servidores públicos em momentos cruciais. Enquanto a administração estadual não agir com responsabilidade, os trabalhadores continuarão à mercê de um serviço ineficaz. A luta por um atendimento digno não é apenas uma questão de direitos; é uma exigência para garantir o respeito e a dignidade dos servidores que dedicam suas vidas ao bem-estar da sociedade.
Confira abaixo áudios na íntegra:
Desabafo do EPC Laudelino:
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Crispiniano Daltro comenta: