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Segundo dia de programação do 50º Simpósio do Encontro Cultural de Laranjeiras destaca políticas de fomento cultural

Programação contou com conferência, mesa redonda e apresentação de grupo folclórico

Redação
Por: Redação Fonte: Secom Sergipe
09/01/2025 às 14h18
Segundo dia de programação do 50º Simpósio do Encontro Cultural de Laranjeiras destaca políticas de fomento cultural
Fotos: Marco Ferro

Entre mestres e mestras, grupos e coletividades, Sergipe se destaca como um dos estados com maior número de grupos folclóricos ativos no Brasil. Essas tradições atravessam gerações, fortalecendo laços de pertencimento. Na manhã desta quinta-feira, 9, no auditório da Universidade Federal de Sergipe (UFS) – Campus Laranjeiras, aconteceu o segundo dia de programação do 50º Simpósio do Encontro Cultural de Laranjeiras. O evento, a partir de conferência e mesa redonda, avançou as discussões sobre políticas de desenvolvimento cultural e preservação das tradições populares, valorizando a diversidade das manifestações culturais.

A iniciativa é promovida pelo Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), com coordenação geral do Conselho Estadual de Cultura (CEC). O Simpósio conta com parcerias da UFS e do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGSE), além do apoio da Prefeitura de Laranjeiras.

Abrindo a primeira conferência, intitulada “Políticas públicas de cultura no Brasil Contemporâneo: a importância da gestão pública na manutenção das culturas populares”, o diretor de Promoção das Culturas Populares do Ministério da Cultura (MinC), Sebastião José Soares, destacou medidas e planos de fomento cultural, a partir de editais, emendas parlamentares e pontos de cultura, além da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), que prevê o repasse de mais de R$ 3 bilhões para investimento na cultura, e o diálogo contínuo com os fazedores de cultura. 

Sebastião Soares também ressaltou a importância da Política Nacional de Cultura Viva (PNCV), que visa garantir a formação cultural e identitária, além da preservação de ofícios e saberes. “Os mestres são os guardiões da sabedoria e transmitem esse conhecimento. Precisamos apoiá-los para perpetuar suas vivências comunitárias, enfrentando os desafios que se apresentam”, afirmou.

O professor Dênio Azevedo, representante do escritório do MinC em Sergipe e presidente da mesa, enfatizou o protagonismo do Simpósio na valorização dos mestres e mestras da cultura popular. Ele destacou a criação do Programa do Patrimônio Vivo, que prevê a concessão de um benefício vitalício de dois salários mínimos a mestres dos saberes populares. “Graças ao Simpósio, conhecemos a Lei dos Mestres e sua importância. Já tivemos a seleção de cinco mestres que passaram a receber o benefício, e recentemente lançamos mais um edital para ampliar esse reconhecimento”, destacou.

Na sequência, as cores das fitas, o som do apito e das pisadas encheram o auditório com a apresentação cultural do grupo de reisado de idosas “As Cheirosas do Quilombo”. Com mais de 50 anos de existência, o grupo foi resgatado em 2021 pela coordenadora Maria José dos Santos, conhecida como Cecé, que reuniu a formação original após um período de inatividade.

A mesa redonda “Celebração, dança e louvação das Taieiras de Laranjeiras”, mediada pelo professor e pesquisador Fernando Aguiar, teve como ponto central a importância cultural das Taieiras. Tradição de origem africana e uma das principais expressões culturais de Laranjeiras, o grupo foi iniciada no século 18 e mantém até hoje a sua originalidade, com formação majoritariamente de mulheres, tendo como característica o louvor a São Benedito e a Nossa Senhora do Rosário, os santos padroeiros dos negros. 

A mestra Bárbara Cristina compartilhou sua experiência à frente do grupo Taieiras. “É importante que se mantenha viva essa tradição que busco preservar há 22 anos. Assumi a chefia muito jovem, aos 16 anos, e hoje, aos 37, sigo mantendo, com toda a minha fé, essas manifestações tanto religiosas quanto culturais”, afirmou.

A mesa também contou com contribuições da pesquisadora Maria Conceição Bezerra, integrante do Coletivo Negro Beatriz Nascimento. Ela apresentou seu trabalho derivado da tese de doutorado “Inesquecível Humbelina: Escravidão, Liberdade e Pós-Abolição em Laranjeiras-Sergipe”. Outra integrante da mesa, a socióloga e pesquisadora Daniela Sanger, destacou a conexão entre religiosidade popular, poesia oral e os significados rituais presentes nas celebrações da Taieira.

A programação do Simpósio do Encontro Cultural de Laranjeiras continua nesta sexta-feira, 10, no auditório da UFS – Campus Laranjeiras, com três mesas-redondas, debates e apresentações de grupos folclóricos.

Fotos: Marco Ferro
Fotos: Marco Ferro
Fotos: Marco Ferro
Fotos: Marco Ferro
Fotos: Marco Ferro
Fotos: Marco Ferro
Fotos: Marco Ferro
Fotos: Marco Ferro
Fotos: Marco Ferro
Fotos: Marco Ferro
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