Dos partidos de expressão nacional, o presidente Lula (PT), na sua reeleição, tem como certo o PCdoB e PSOL. O apoio do PSB e do PDT não é visto como 100%.
As outras legendas "aliadas", que ocupam cargos no primeiro escalão do governo, com seus ministros, mais especificamente as que integram o chamado centrão, com destaque para o União Brasil, Republicanos, PP, MDB e PSD, vão se posicionar de acordo com a chance que o petista-mor terá para conquistar o quarto mandato. Se sentirem o "cheiro" de uma derrota, o chega pra lá passa a ser inevitável.
Ser governo em qualquer governo, independente de ser de direita, esquerda, centro e suas variantes, é a missão das siglas do centrão. O precípuo objetivo é usufruir das benesses que o poder proporciona.
O governo Lula 3, de olho na sucessão presidencial de 2026, já negocia com as legendas da base de sustentação política uma nova reforma ministerial.
Nos bastidores do Palácio do Planalto, a dilacerante preocupação é com o PSD de Gilberto Kassab, presidente nacional do partido. Kassab é muito próximo de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e presidenciável pelo Republicanos.
Lembrando novamente ao caro e atento leitor que Kassab é secretário de Governo e Relações Institucionais do chefe do Palácio dos Bandeirantes. Quando o assunto é mais espaço para o PSD no governo federal, lideranças do lulopetismo colocam as barbas de molho.
Para o PSD apoiar a candidatura presidencial de Tarcísio, basta um só detalhe: Kassab ser o escolhido por Tarcísio para ser seu candidato na sucessão do governo de São Paulo.
O governador do maior colégio eleitoral do país, cuja importância política salta aos olhos, em que todo governador é um potencial pré-candidato à presidência da República, fica dizendo que vai terminar sua gestão. Tudo de mentirinha. Só espera a confirmação definitiva da inelegibilidade do ex-presidente Bolsonaro para dar inícios as articulações.
Tarcísio sabe que uma parcela do bolsonarismo ainda acredita que o líder possa ficar elegível. Não ficaria bem se declarasse publicamente seu desejo de disputar o cargo mais cobiçado do Poder Executivo sabendo que o bolsonarismo e o próprio Bolsonaro continuam esperançosos.
A reforma ministerial vive, como já disse acima, o dilema da incerteza em relação ao pleito presidencial de 2026, principalmente em relação ao PSD e o Republicanos.
O toma-lá-dá-cá tem que ser certeiro. Decepção, traição e ingratidão, como costumo dizer, são ingredientes inerentes ao movediço mundo da política, onde os menos espertos dão beliscão em azulejo.
COLUNA WENSE, DOMINGO, 19.01.2025.
Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política. Assina a Coluna Wense, publicada diariamente em vários sites e blog da Bahia.
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