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Donald Trump retorna à Casa Branca: O que esperar de seu segundo mandato

Entre os convidados internacionais, a ausência do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou atenção, embora ele tenha parabenizado Trump pela posse por meio de uma mensagem oficial, destacando a “amizade histórica” entre os dois países

Carlos Nascimento
Por: Carlos Nascimento Fonte: Editoria Internacional
30/01/2025 às 14h10 Atualizada em 30/01/2025 às 14h18
Donald Trump retorna à Casa Branca: O que esperar de seu segundo mandato

Posse do 47º Presidente dos Estados Unidos

Donald Trump tomou posse na segunda-feira (20) como o 47º presidente dos Estados Unidos, marcando o início de seu segundo mandato, não consecutivo, após vencer com folga a eleição contra Kamala Harris. Em uma cerimônia prestigiada por chefes de Estado de diversos países, o discurso de posse destacou os planos do republicano para fortalecer a economia, reforçar a segurança nacional e adotar políticas protecionistas que marcaram seu primeiro governo.

Entre os convidados internacionais, a ausência do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou atenção, embora ele tenha parabenizado Trump pela posse por meio de uma mensagem oficial, destacando a "amizade histórica" entre os dois países.

Reflexões sobre o primeiro mandato de Trump

O primeiro governo Trump foi um período marcado por controvérsias e transformações profundas. A substituição do NAFTA pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), a transferência da embaixada americana em Israel para Jerusalém e o fortalecimento das Forças Armadas foram marcos que consolidaram sua política externa. Internamente, sua gestão enfrentou críticas devido à resposta à pandemia de COVID-19, que resultou em mais de 400 mil mortes no país.

Expectativas para o novo governo

A vitória de Trump simboliza um retorno às políticas de “América Primeiro”. Especialistas esperam que ele reforce sua postura protecionista no comércio, além de adotar medidas rígidas em relação à imigração e à segurança das fronteiras. O cenário internacional também gera especulações, especialmente no Oriente Médio e nas relações com potências como China e Rússia.

Donald Trump construiu sua trajetória como magnata do setor imobiliário, consolidando-se como uma das figuras mais emblemáticas dos negócios nos Estados Unidos. Filho de um empresário do ramo de construção, expandiu os negócios da família para grandes projetos em Nova York, como hotéis, cassinos e arranha-céus de luxo. Tornou-se uma celebridade ao apresentar o programa de TV "The Apprentice", onde popularizou sua imagem como um líder de sucesso e estrategista empresarial. Em 2016, capitalizou sua notoriedade e discurso nacionalista para vencer as eleições presidenciais, tornando-se o 45º presidente dos Estados Unidos. Durante seu primeiro mandato (2017-2021), adotou políticas de corte de impostos, endureceu leis de imigração, substituiu o NAFTA pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá e reposicionou os EUA no cenário internacional com uma postura isolacionista.

No entanto, sua gestão foi marcada por controvérsias, incluindo o manejo da pandemia de COVID-19, que resultou em mais de 400 mil mortes no país, além de dois processos de impeachment. Apesar de perder a reeleição para Joe Biden, Trump permaneceu uma figura central no Partido Republicano e retornou à Casa Branca em 2025, após vencer as eleições de 2024.

Trump toma posse enquanto Bolsonaro enfrenta impedimentos e constrangimentos Internacionais

 

A ausência de Jair Bolsonaro na posse de Donald Trump ganhou contornos mais delicados, pois o ex-presidente brasileiro foi impedido de viajar aos Estados Unidos devido à apreensão de seu passaporte, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi parte de uma decisão judicial em investigações que envolvem Bolsonaro, ampliando a tensão política em torno de seu nome.

 

BARRADOS NO BAILE

Enquanto isso, Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro compareceram à cerimônia, mas enfrentaram um constrangimento ao serem impedidos de entrar no Capitólio. Alegadamente, a situação decorreu de falhas no protocolo, mas o episódio gerou repercussão negativa, especialmente nas redes sociais e na imprensa brasileira. A família, que historicamente manteve proximidade com Trump durante seu primeiro mandato, viu-se em uma posição embaraçosa que contrastava com o alinhamento político demonstrado no passado.

O impedimento de Bolsonaro e o desconforto de sua família na posse também destacam o momento delicado vivido pelo ex-presidente, tanto no cenário político brasileiro quanto no internacional. Além de prejudicar sua imagem, os acontecimentos reforçam as dificuldades enfrentadas por Bolsonaro para manter sua influência política e alianças internacionais, especialmente em um contexto de investigações que restringem sua liberdade de movimentação.

O episódio evidencia como questões judiciais internas podem impactar as relações diplomáticas e a relevância política de figuras como Bolsonaro.

Foto: lula-e-trump

Lula e a relação com os EUA sob o comando de Trump

Embora Lula e Trump não mantenham uma relação próxima, o presidente brasileiro adotou um tom pragmático ao parabenizar o republicano. A mensagem reforçou a importância de parcerias comerciais, científicas e culturais entre as duas nações, sinalizando uma abordagem diplomática focada na eficiência.

Desafios e possibilidades no horizonte

O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos marca um novo capítulo na política global, com implicações que vão muito além das fronteiras americanas. Sua vitória nas urnas reflete a força de sua base eleitoral e a resiliência de sua retórica nacionalista, mas também aponta para um país dividido em sua visão de futuro. Trump assume o cargo com a promessa de revitalizar a economia americana, reforçar a segurança nacional e adotar uma postura mais assertiva nas relações internacionais, especialmente em relação à China, Rússia e Oriente Médio.

Para os Estados Unidos, o desafio será reconstruir a unidade interna em meio a tensões sociais e políticas, além de enfrentar questões globais urgentes, como a crise climática e os riscos geopolíticos. No âmbito doméstico, a recuperação econômica pós-pandemia e a reforma da infraestrutura continuarão sendo temas prioritários. A política externa, por sua vez, será crucial para reafirmar a influência americana no cenário global, especialmente diante do avanço de outras potências.

No Brasil, a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação a Trump ilustra um esforço diplomático pragmático, visando manter relações sólidas entre as duas maiores economias do continente. Apesar das diferenças ideológicas e de episódios como a torcida declarada de Lula pela chapa adversária na eleição americana, a mensagem de cooperação e amizade histórica pode abrir caminho para avanços em áreas como comércio, ciência e cultura.

No entanto, a convivência entre governos com visões tão contrastantes não será isenta de desafios. O pragmatismo de Lula será testado em temas sensíveis, como mudanças climáticas e direitos humanos, nos quais o Brasil tem buscado protagonismo global, enquanto Trump tende a adotar posições mais conservadoras.

Globalmente, o novo governo Trump será observado com atenção, especialmente em relação à sua capacidade de equilibrar interesses domésticos e pressões internacionais. O retorno do republicano ao poder oferece uma oportunidade para consolidar sua marca na história, mas também carrega o peso das controvérsias de seu primeiro mandato e das expectativas de uma população dividida.

Ao longo dos próximos quatro anos, o mundo estará atento às ações de Trump, que têm o potencial de redefinir alianças, desafiar paradigmas e moldar os rumos da política global. Seu sucesso dependerá não apenas de sua habilidade em implementar políticas eficazes, mas também de sua capacidade de dialogar com aliados e adversários, promovendo a estabilidade e o progresso em um momento de incertezas crescentes.

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