O município de Caruaru é destaque em Pernambuco na redução dos crimes de feminicídio. Dados da Secretaria de Defesa Social (SDS) apontam que houve uma redução de 75% da incidência desse tipo de crime contra as mulheres no comparativo entre os anos de 2023 e 2024. Esses dados foram apresentados pela Secretaria da Mulher na primeira reunião de 2025 do Comitê Juntos Pela Segurança 2.0, realizada na manhã desta quinta-feira (30) na Prefeitura de Caruaru.

De acordo com o levantamento, em 2023 foram registrados 4 casos de feminicídio em Caruaru. Já em 2024, foi registrado apenas um caso. “Caruaru torna-se destaque no Estado e destaque no país. Enquanto o país vem preocupado com o aumento do índice de feminicídio, Caruaru dá resposta com a redução de 75%. É uma rede de proteção à mulher forte. Isso tem reflexo nessa redução, que é possível por causa do compromisso de todas as forças”, destacou a comissária da Delegacia da Mulher de Caruaru, Amanda Lira.

De acordo com a secretária da Mulher de Caruaru, Luana Marabuco, o enfrentamento da violência contra a mulher ganhou ainda mais força a partir da criação do Núcleo Integrado dos Oficiais de Justiça (NIOJ), uma iniciativa que une forças entre a Secretaria da Mulher de Caruaru e de Pernambuco, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e a Polícia Militar, por meio do 4º BPM. Essa iniciativa oferece acompanhamento integral durante todo o ciclo de acolhimento das mulheres vítimas de violência e contribui com a agilidade do cumprimento dos mandados judiciais.

“Caruaru é referência nacional, pois esses oficiais de Justiça são nomeados diretamente na Vara Especializada em Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Caruaru. Isso aumenta a celeridade na intimação dos processos, das medidas protetivas de urgência, e isso salva vidas. Nas primeiras 48 horas as mulheres têm esse alcance da medida protetiva sendo entregue para o agressor, garantindo que aquelas elas sejam salvas. Então é um trabalho que salva vidas pela rapidez e por essa parceria de toda a rede de enfrentamento à violência contra a mulher”, destacou Luana Marabuco.

Os dados apresentados pela Secretaria da Mulher na reunião do Comitê Juntos Pela Segurança 2.0 apontam que desde a criação, em junho em 2024, o NIOJ contribuiu para que 80,5% da distribuição de intimações e processos relacionados à violência de gênero fossem efetivados em até 24h e outros 15% em um prazo de até 48h. Dados afirmam que a iniciativa garante a celeridade necessária para manter a segurança das mulheres que se encontram ameaçadas ou em situação de vulnerabilidade.

“Caruaru vem despontando como pioneira em um projeto único, inovador e de um resultado extraordinário, que é a criação do NIOJ. Esse trabalho vai ser aprimorado agora nesse ano de 2025. É uma referência não só para os outros municípios, mas eu tenho certeza que é uma referência para os outros estados do Brasil”, destacou o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco, tenente-coronel Waniçon Manoel.

De acordo com a representante da Patrulha Maria da Penha, Tenente Dayana, o trabalho realizado pelo NIOJ faz com que as mulheres vítimas de violência recebam assistência e suporte do município e das forças de segurança. “As mulheres hoje se sentem seguras para denunciar e, com isso, a gente mostra que a quantidade de feminicídios tem diminuído aqui em Caruaru. Temos diariamente seis policiais que eles ficam exclusivamente para realizar essas visitas às mulheres vítimas de violência doméstica. Caso o agressor esteja infringindo as medidas protetivas, elas são imediatamente informadas ao juiz para que esse agressor seja detido”, explicou.

Para o vice-presidente da Associação Federal dos Oficias de Justiça, Marco Albuquerque, são dados que merecem comemoração pela efetividade no combate à violência de gênero. “Cada vítima protegida é motivo de comemoração e a cidade de Caruaru vem trazendo um investimento grande e essa pauta tem tido uma sensibilidade muito grande do nosso prefeito, Rodrigo Pinheiro. Por meio do NIOJ, a vítima tem mais proteção e acolhimento além da agilização nos processos, no cumprimento dos mandados e no acolhimento e capacitação dessas mulheres”, afirmou.