Iniciado em julho do ano passado, o projeto RendaVeste Sergipe segue promovendo a evolução das participantes na ação de ‘Conexão Artesanato & Moda’. Atualmente, as 15 rendeiras participantes, juntamente com as nove marcas de moda autoral, desenvolvem a etapa de mentoria, na qual colocam a prova todo o aprendizado acumulado nas fases anteriores da capacitação.
A iniciativa promovida pelo Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), busca desenvolver o potencial criativo e econômico das artesãs da renda irlandesa no estado. Com o suporte técnico de consultores do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Senai (Senai Cetiqt), o projeto já proporcionou o ensino das disciplinas de design, de modelagem e de costura.
“Agora elas colocam tudo isso à prova, desenvolvendo o modelo que elas desenharam para a coleção e fazendo a prototipagem desse modelo. A gente prova em algodão cru e aí elas fazem os ajustes finos antes de iniciar o projeto da renda a partir dessa modelagem que ela criou”, detalha o consultor técnico Alexandre Borjar, a respeito do momento atual do projeto.
A participante Lavínia Santos, de 23 anos, encontrou-se profissionalmente no projeto e está certa de seguir carreira no segmento. Ela teve contato com a renda irlandesa em casa, desde criança, com a avó, mas a chance de fazer dela sua profissão foi impulsionada com a ação do governo.
“Eu sempre me interessei muito por renda, costura, modelagem. Eu vi o 'RendaVeste' como uma oportunidade não apenas de conhecer mais sobre a modelagem, que sempre me interessou, mas de trabalhar isso com a renda irlandesa, que era justamente o foco do projeto. Para mim tem sido uma experiência muito positiva. Eu sempre tive interesse na área e abriu um horizonte para mim. Eu tenho uma nova perspectiva de modelagem”, contou a jovem, que decidiu se tornar modelista de roupas após esta vivência.
A consultora do Senai Cetiqt Charllene Santos, que juntamente com Borjar faz parte do projeto desde o seu lançamento, avalia que tem surpreendido positivamente a integração das rendeiras, com suas diferentes características da tradição do artesanato com as empreendedoras de moda autoral e suas particularidades mais modernas.
“Está sendo lindo de ver. Teve marcas que eu já vi com mini protótipos. Teve marcas que se desenvolveram muito na criação do desenho. Você vê aquele detalhe lindo desenhado. Deu para entender que elas se aprofundaram para o universo da rendeira. Sinto a ansiedade de todas em ver esse produto pronto na passarela. Não só das rendeiras, mas as marcas também estão aprendendo muito essa integração”, avaliou a consultora.
Evolução
Ainda de acordo com a consultora, o projeto RendaVeste Sergipe tem prosseguido de acordo com o planejado. A previsão é que a culminância aconteça no mês de junho, com um grande desfile de apresentação da coleção desenvolvida ao longo de todo o período da capacitação.
“O projeto já andou uns 70%. A gente teve um longo semestre passado e muitas capacitações não só abertas ao público, mas também para quem passou no edital. Agora é a parte da mão na massa mesmo, de afinar o processo que foi de fato desenhado, idealizado, de provar o protótipo da roupa. Então, assim que o protótipo é validado, no corpo da modelo, o próximo passo é partir para o risco de renda. Aí já é o processo da renda que também vai ser respeitado”, explicou Charllene Santos.
“A evolução é uma coisa muito bonita de se ver. Eu acho que fora todo o envolvimento que a gente tem pessoal com moda, que é uma coisa que é muito apaixonante para quem trabalha, quando você trabalha com um projeto desse e vê a evolução do entendimento das disciplinas, o envolvimento com uma área que é tão complexa, que é tão multidisciplinar e elas atentas querendo aprender, então isso é uma coisa que realmente anima muito a gente. Ver essa evolução, esse carinho e essa paixão que elas estão adquirindo pela moda, pelo fazer manual, pelo fazer a roupa, é muito bonito de ver”, complementa o consultor técnico Alexandre Borjar.
Toda essa etapa prática está sendo desenvolvida na unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) da rua Propriá, em Aracaju.