No primeiro mês de execução, o novo programa do Governo do Estado, ‘Barriguinha Cheia’, já mostra os seus resultados positivos. Realizado pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), por meio do Departamento de Alimentação Escolar (DAE), o programa tem um investimento de R$ 3.623.370,00 e é ofertado em 212 escolas de ensino fundamental e médio da rede pública estadual em todo o estado, para cerca de 120 mil estudantes.
A iniciativa surgiu a partir de uma ideia do diretor Dilson Gonzaga Sampaio, em 2019, que estava à frente da Escola Estadual Marinalva Alves, em Nossa Senhora do Socorro. Lá ele viu a necessidade de proporcionar esse desjejum para as crianças do turno da manhã, ao notar a desmotivação e até episódios de desmaios. “Ao conversar com a comunidade, alguns pais relataram que isso era dificuldade de ter o alimento, outros precisavam sair cedo para trabalhar e deixavam com os outros irmãos a função de preparar essa refeição, o que infelizmente não acontecia”, disse o diretor.
A partir daí, ele e a equipe da escola buscaram estratégias para reverter essa situação e passaram por conta própria a oferecer esse desjejum aos alunos e obtiveram ótimos resultados, como o aumento das participações nas aulas e nas atividades. Atualmente o diretor está no Colégio Estadual João Batista Nascimento, também em Nossa Senhora do Socorro, onde continuou com o projeto por também ver a necessidade dos alunos. Ele expressa a felicidade em ter esse projeto, que para ele era apenas sinal de solidariedade, ter se tornado uma política de Estado. “Nunca imaginei que uma ação, que para mim seria corriqueira, se tornaria uma política de Eestado. Acho que nós, como profissionais, em qualquer segmento, nos sentimos muito orgulhosos. É uma forma de retribuir para a sociedade aquilo que a sociedade pede da gente”, diz o diretor.
Barriguinha Cheia
E foi por perceber a importância desse projeto para os alunos que o Governo do Estado notou a importância de criar essa política de Estado, a fim de proporcionar uma tranquilidade maior aos pais e oportunizar aos alunos um maior conforto nutricional, que garante aproveitamento das aulas, melhora o seu comportamento, além de contribuir para a melhora dos hábitos escolares. “O Barriguinha Cheia garante aos estudantes um acolhimento nutritivo no início da jornada escolar, promovendo segurança alimentar, melhorando o rendimento acadêmico e fortalecendo a permanência escolar. A oferta do Barriguinha Cheia, além de aumentar o suporte nutricional dos alunos durante a permanência na escola, também promove maior consumo de frutas, estimulando a adoção de hábitos mais saudáveis”, informa a nutricionista Cláudia Regina, do Departamento de Alimentação Escolar (DAE/SENAV).
Com a chegada desse programa às 212 escolas, o DAE contribui não só com essa alimentação a mais para os alunos, mas também com a agricultura familiar, fortalecendo a economia local, gerando renda para as famílias do campo e promovendo a produção sustentável de alimentos, como informa Lucileide Rodrigues, diretora do DAE. “Os agricultores familiares têm um papel fundamental no programa Barriguinha Cheia, pois são responsáveis pelo fornecimento de grande parte dos alimentos distribuídos às escolas. Como o programa se alinha às diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), há um incentivo para a compra de produtos da agricultura familiar, garantindo alimentos mais frescos e saudáveis para os estudantes”. Até o momento, já foram investidos R$ 3.623.370,00, que trazem um benefício para cerca de 120 mil alunos da rede pública estadual de ensino e que já estão sendo notados pelos professores, pais e alunos.
Aceitação
A diretora da Escola Estadual 8 de Maio no bairro Porto Dantas, Lucileide Ventura, contou o quanto ficou feliz pela chegada desse novo programa. Ela ressalta que a escola trabalha, principalmente, com crianças pequenas que têm uma certa dificuldade em fazer a primeira refeição do dia por ser muito cedo. “Muitos têm dificuldade para se alimentar, principalmente pela manhã. Então, essas crianças, chegando à escola, sempre vão ter uma vitamina, uma fruta, um bolinho para que se alimentem e possam ir para a sala tranquilas e, como o próprio nome já diz, com a barriguinha cheia”.
A diretora também trouxe a contribuição que esta ação passa para os pais, que muitas vezes precisam realizar as tarefas de casa às pressas, por questões de trabalho, e por isso não conseguem ofertar às crianças uma alimentação bem feita. “Agora os pais não precisam ficar naquela preocupação, porque eles sabem que as crianças, antes da entrada na escola, receberão um alimento de qualidade”, completa Lucileide.
A felicidade com esse novo programa não está apenas com a equipe diretiva das instituições, mas também com os pais das crianças. Erundino Prado é pai de Marie Prado, do Colégio Estadual Valnir Chagas, no Centro da capital, e demonstrou contentamento como esse programa ajudará as crianças, que por muitas vezes não conseguem realizar a sua alimentação de forma correta. “Isso faz com que a criança tenha um incentivo ao estudo. Todos os envolvidos por esse projeto estão de parabéns. Ele chegou na hora certa”.
Os principais beneficiados pelo programa já esbanjam felicidade. O aluno Mateus Fontes, do Colégio Estadual João Batista Nascimento, disse como o Barriguinha Cheia contribuiu para o incentivo à aprendizagem. “Quando comecei a estudar aqui foi melhor, porque às vezes na minha casa não dava tempo de comprar o alimento para o café da manhã, agora com o programa nos incentiva a estudar. Principalmente para aqueles alunos que muitas vezes precisam ajudar em casa para ter o que comer”. “Estou conseguindo me concentrar nas aulas. Estou me alimentando bem. Almoço em casa e quando chego na escola ainda tem refeição", completa a aluna Sara Cardoso, do 5° ano da Escola Estadual 8 de Maio.