A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), incluindo o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) como um dos participantes da tentativa de golpe de Estado, enterrou de vez qualquer possibilidade de torná-lo elegível no pleito de 2026.
A lista de crimes cometidos pelo ex-chefe do Palácio do Planalto é extensa. Se condenado, as penas podem chegar a 43 anos de prisão. Ficar um bom tempo inelegível já é um inominável castigo.
A tentativa de sabotar o Estado democrático de direito, jogando a Lei Maior na sarjeta, quando comparada com as provas da Polícia Federal de que Bolsonaro concordou com o diabólico plano para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, virou "café pequeno".
A principal consequência política da irreversível inelegibilidade de Bolsonaro é o acirramento da disputa pelo espólio eleitoral do líder do PL. O pega-pega entre os presidenciáveis tende a ficar cada vez mais intenso com a proximidade do ano de 2026.
O problema é que Bolsonaro não confia em nenhum presidenciável do campo da direita, incluindo aí o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). No núcleo duro do bolsonarismo a opinião que prevalece é a de que qualquer um deles, se tornando presidente da República, no outro dia já começa a trabalhar pelo segundo mandato (reeleição), dando um chega pra lá no "mito".
O plano A do ex-morador do Alvorada é o filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O plano B é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O plano C fica por conta de um acidente de percurso, levando o bolsonarismo a apoiar outro nome. O vice seria indicação de Bolsonaro, que poderia ser o próprio Eduardo.
A denúncia da Procuradoria-Geral da República foi manchete na imprensa internacional. Veja, caro e atento leitor, apenas uma do The Washington, sem dúvida a que mais chamou atenção : "Suposto complô incluía um plano para envenenar Lula e matar a tiros o ministro do Supremo Tribunal Federal".
Pelo andar da carruagem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, uma espécie de guru do bolsonarismo, não vai querer se meter nesse imbróglio. Que cada um cuide do seu quintal.
COLUNA WENSE, QUARTA-FEIRA, 19.02.2025.
Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política. Assina a Coluna Wense, publicada diariamente em vários sites e blog da Bahia.
Coluna Marco Wense/PÁGINA DE POLÍCIA, clique na IMAGEM e acompanhe suas últimas publicações: