O atual governo serviu para evidenciar que quem legitima um mandato é o povo. No entanto, manobras realizadas pelo Judiciário, especialmente através do STF e do TSE, alteraram o curso natural da democracia. Ministros como Edson Fachin, ao anular condenações de Lula, e Alexandre de Moraes, com sua influência no processo eleitoral, foram peças-chave para remover o obstáculo que incomodava o sistema. Porém, essa remoção pode ter sido apenas temporária.
A história mostra que a verdade pode demorar a emergir, mas a mentira não se sustenta por muito tempo. O esforço para eliminar alguém que se opôs às práticas enraizadas desde o Brasil Império-onde a propina, a corrupção e o "toma lá, dá cá" se tornaram culturais-resultou no retorno de um personagem bem conhecido. Lula, identificado como chefe do esquema foi investigado, condenado e preso, mas voltou ao poder por meio de articulações políticas e jurídicas que levantam vários questionamentos.
O POVO E A MEMÓRIA CURTA NA POLÍTICA
A questão que muitos se fazem é: como um indivíduo com esse histórico conseguiu retornar ao cargo mais alto do país? A resposta pode estar na falta de memória política do eleitorado brasileiro. Grande parte da população se mobiliza apenas para festas, carnaval e reality shows, enquanto temas como economia, inflação e governança ficam em segundo plano.
O sistema agiu para restabelecer sua zona de conforto, removendo Bolsonaro e trazendo de volta alguém que entende e facilita os esquemas de corrupção. Apostaram na popularidade de um líder que, historicamente, atrai apoio entre as classes mais humildes. Contudo, essa equação pode não estar funcionando como esperado.
DESAFIOS ECONÔMICOS E A QUEDA DE POPULARIDADE
No campo econômico, os sinais são alarmantes. A inflação cresce, o desemprego preocupa e os investidores recuam diante da instabilidade política. O mercado financeiro está volátil, refletindo a insegurança gerada pelas decisões do governo. O custo de vida aumentou, e a promessa de campanha de um país mais próspero, onde todos poderiam desfrutar de picanha e cerveja, se mostrou apenas uma ilusão.
Além disso, fatores internos têm agravado a situação. A figura da primeira-dama, Janja, tem sido alvo de críticas por seu comportamento e gastos extravagantes. Seu embate com Elon Musk, um dos homens mais influentes do mundo, contribuiu para aumentar a exposição negativa do Brasil no cenário internacional. Enquanto isso, Lula, cada vez mais demonstrando sinais de cansaço e senilidade, vê sua popularidade derreter a cada pronunciamento.
PARA ONDE O BRASIL ESTÁ INDO?
A atual conjuntura política e econômica indica que o governo enfrenta uma crise crescente. As recentes visitas de organismos internacionais para avaliar a liberdade de expressão no país apenas tornaram evidentes os problemas internos. A narrativa oficial de estabilidade e progresso está sendo desmentida pelos próprios fatos.
O descontentamento popular cresce, e as projeções políticas sugerem que o governo pode enfrentar sérias dificuldades para se sustentar. O cenário futuro pode incluir desde um impeachment até desdobramentos judiciais envolvendo os principais nomes do atual governo. O sistema tentou realinhar o tabuleiro político, mas pode ter subestimado a reação da população.
Resta saber se haverá alguém capaz de conduzir o país para fora desse labirinto ou se continuaremos assistindo ao Brasil descendo a ladeira, sem freios e sem direção.
Bel Luiz Carlos Ferreira de Souza - Brasileiro, baiano, casado, 61 anos, servidor público aposentado pelo estado da Bahia, atualmente reside no estado do Rio Grande do Sul, com formação técnica em redator auxiliar, acadêmico em História, Direito, pós-graduado em Ciências Criminais, política e estratégia e mestrando em políticas públicas.
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