O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, chefe do Palácio Thomé de Souza por dois mandatos, vice-presidente nacional do União Brasil, não transmite total confiança em relação ao pleito de 2026.
Será que ACM Neto vai disputar o governo da Bahia? A indagação, não só pelo eleitor como também pelas lideranças políticas, já demonstra uma incerteza.
Essa dúvida, assentada no fato de que ACM Neto já desistiu de ser candidato no pleito de 2018, cuja decisão deixou muitos correligionários irritados, principalmente os candidatos a deputado estadual, continua viva, não foi 100% enterrada.
A pulga atrás da orelha decorre da falta de uma posição firme de ACM Neto. Ao ser questionado sobre o assunto, não faz o eleitorado acreditar que sua candidatura é irreversível.
A debandada de prefeitos da oposição para a base aliada não é só por causa de promessas de obras para o município. A hesitação de ACM Neto, passando a impressão de que pode novamente desistir da candidatura, serve também como argumento para a adesão ao governismo, que tende a crescer se Neto continuar vacilante em relação a seu futuro político.
Não ter um posicionamento firme no movediço e traiçoeiro mundo da política, ficando em cima do muro, sem saber o caminho que pretende seguir, é totalmente desaconselhável, é atirar no próprio pé.
As pesquisas de intenções de voto apontam que ACM Neto é favorito na eleição para o governo do Estado. Esse favoritismo pode ficar mais forte com a queda da popularidade do presidente Lula na Boa Terra, deixando de ser um influente e invejável "cabo eleitoral".
Outro problema, que passa despercebido, mas pode ser determinante na vitória de ACM Neto, é que existe um sentimento de mudança no eleitorado, que até reconhece que as gestões petistas fizeram muita coisa, mas tá na hora de alternar o poder. São anos e anos com o PT no comando do Estado.
Além dessa falta de firmeza do ex-alcaide soteropolitano, tem a preocupação em relação ao próprio ACM Neto, que como candidato costuma tomar decisões sem ouvir as lideranças políticas, só consultando seus próprios botões. Como não bastasse, o ex-alcaide é movido por uma obsessiva vaidade.
A provável candidatura do ministro Rui Costa (PT) ao Senado da República, que já tem o aval do presidente Lula, afastou a possibilidade de Neto postular a Câmara Alta. A opinião no netismo é que o PT fica com as duas vagas, uma com a eleição de Rui Costa e a outra com a reeleição de Jaques Wagner.
Concluo repetindo que indecisão na política não é um bom caminho. O eleitor não gosta de político demonstrando que tem medo de enfrentar seus adversários.
COLUNA WENSE, SÁBADO, 1 DE MARÇO DE 2025.
Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política. Assina a Coluna Wense, publicada diariamente em vários sites e blog da Bahia.
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