O diagnóstico de câncer representa um momento de grande impacto emocional para os pacientes e seus familiares. No Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), a equipe de psicologia desempenha um papel fundamental ao oferecer suporte desde a confirmação da doença até o acompanhamento durante todo o tratamento, promovendo qualidade de vida e acolhimento humanizado.

A psicóloga Denise de Souza Silva explica que o trabalho começa no momento em que o paciente recebe o diagnóstico, ajudando-o a lidar com o impacto da notícia e as mudanças que virão. "A gente trabalha desde o sofrimento do impacto da notícia até as dificuldades que a pessoa enfrenta ao longo do processo de diagnóstico, incluindo os exames, o afastamento do trabalho e as alterações na rotina social e familiar", detalhou.

O acompanhamento também busca oferecer suporte nos momentos de ansiedade, como durante a espera por cirurgia ou avaliações clínicas. Segundo Denise, o medo da evolução da doença, a incerteza sobre o tratamento e as mudanças na autonomia são fatores que podem abalar o emocional do paciente. "Nosso objetivo é tornar essa jornada o mais tranquila possível, ajudando o paciente a se reconhecer no processo e a lidar com as perdas e limitações", acrescentou.

A importância desse trabalho é reforçada pelo relato de Iziane Dias dos Santos, mãe de Kaio Henrique de Jesus Santos, de nove anos. O menino está em tratamento contra um meduloblastoma desde outubro de 2024 no Huse e recebe acompanhamento da equipe de psicologia. "Tem sido essencial para mim como mãe. O suporte emocional me ajuda a lidar com cada etapa do tratamento do meu filho", afirmou Iziane. Já Kaio, entusiasmado, conta que não vê a hora de voltar à escola e reencontrar os amigos. "As tias psicólogas sempre têm um jeito diferente de falar com a gente, e isso me deixa feliz", compartilhou.

Para os casos em que não há possibilidade de cura, a equipe também atua no suporte aos cuidados paliativos, focando na qualidade de vida do paciente e no amparo às famílias. "Trabalhamos com a singularidade de cada um, reforçando as potencialidades do paciente para que ele possa enfrentar o processo com força e dignidade", concluiu Denise.