Na sua despedida, algumas perguntas precisam ser feitas:
Qual legado você deixou para a Polícia Civil da Bahia?
Talvez, para seus amigos delegados e para aqueles que exerceram cargos na instituição sem pertencer aos seus quadros, tenha restado apenas a saudade das mordomias, das fotos – certamente bem documentadas pelo pessoal do Sindipoc –, das feijoadas e das reuniões.
Para a sociedade, sua gestão não teve impacto significativo. O crime e a violência continuaram a crescer, talvez seu maior calcanhar de Aquiles. Se houve esforço para melhorar esse cenário, ele não surtiu o efeito desejado.
Inaugurou delegacias sem o material humano necessário para sua funcionalidade, sem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), sem material bélico adequado e ainda dependendo da ajuda de prefeitos para sobreviver – como se a Polícia Civil ainda estivesse presa à década de 1980 ou 1990. Que vergonha!
Para os Investigadores e Escrivães, sua passagem à frente da PC foi, salvo para os seus aliados – incluindo os diretores dos sindicatos –, completamente dispensável. Sua gestão não deixou nenhum legado que mereça ser lembrado em um futuro próximo, quiçá em um futuro distante. Mais uma vez fomos enganados e traídos.
Não houve nenhum ganho significativo para as classes que verdadeiramente sustentam a instituição. E, falando em sustentá-la, doravante Vossa Excelência terá tempo suficiente para refletir sobre suas falsas promessas e ilusões vendidas aos policiais, cuja missão constitucional é a persecução da investigação criminal.
Mas tudo isso ficará registrado, não em sua ficha, mas na memória dos investigadores e escrivães da PCBA. Não esqueceremos seu legado.
A OIP será uma prova incontestável do lamentável legado que nos restou, e o atual sindicato é cúmplice dessa gestão.
Tchau, querida!