Com o objetivo de conhecer a história dos indígenas que povoaram Pacatuba no período entre 1825 e 1831, estudantes do Centro de Excelência John Kennedy visitaram o Arquivo Público do Estado de Sergipe (Apes) para uma manhã de conhecimento, com a finalidade de traçar um episódio histórico utilizando-se de fontes primárias do acervo do Arquivo. A exposição intitulada 'Usurpada Liberdade: o caso dos indígenas da Missão de São Félix de Pacatuba no período Oitocentista' está sendo exibida no hall de exposições do Apes.

Para a professora de História Josevania Fonseca, do Centro de Excelência John Kennedy, visitar o Arquivo Público Estadual é sempre uma boa experiência. “Sempre é bom estar aqui, pois, sempre que visitamos o Arquivo, os alunos conhecem o acervo do Apes e têm acesso a diferentes fontes históricas, além de vivenciarem a experiência da leitura de um documento histórico do século XIX — sem contar a exposição, que também trouxe bastante conhecimento”, pontuou Josevania.

O Dia dos Povos Indígenas é celebrado anualmente em 19 de abril e tem como objetivo rememorar a diversidade cultural dos povos indígenas do Brasil, além de ser um momento para refletir sobre os esforços necessários à sua defesa e à garantia de seus direitos no país.

Estudante do 1ª série do ensino médio do Centro de Excelência John Kennedy, Emerson Lopes afirma que foi uma experiência bastante enriquecedora. “Foi uma experiência totalmente interessante, pois aprendi para que serve um Arquivo Público, descobri um pouco sobre a história de Aracaju em relação aos antepassados, além dessa exposição sobre os povos originários, que traz muitas informações sobre como era a realidade desses indígenas aqui em Sergipe. Realmente foi uma manhã de muito aprendizado”, pontuou o estudante.

A mostra é fundamentada em fontes primárias do século XIX, pertencentes ao Arquivo Público Estadual, que documentam o aldeamento missionário situado na região canavieira de Sergipe. Esse local foi cenário de diversos conflitos envolvendo os povos originários de Pacatuba, autoridades civis e militares, e senhores de engenho.

A exposição lança um olhar profundo sobre a resistência e a luta pela preservação da identidade dos povos originários em Sergipe. A mostra contribui para o resgate e fortalecimento da memória de um importante capítulo histórico, evidenciando a luta e a resistência dos povos originários da localidade.

De acordo com a servidora do Apes, Lígia Monteiro, a exposição é bastante significativa no que diz respeito à história social e política dos povos originários. “Esta exposição tem uma importância histórica, social e política bastante significativa, pois mostra a luta dos povos originários por reconhecimento, memória e justiça histórica no Brasil, contribuindo, assim, para uma educação antirracista e decolonial”, destacou.