No mínimo, uma perda de tempo, um esforço em vão. É o que aconteceu com Bruno Reis, reeleito prefeito de Salvador pelo União Brasil, na tentativa de evitar que o PDT fosse para a base aliada do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
O tiro da criação da Secretaria do Mar, nomeando a ex-vereadora AndréA Mendonça (PDT) para assumir a titularidade da nova pasta, irmã do deputado federal Félix Júnior, presidente estadual do Partido Democrático Trabalhista (PDT), com a finalidade de frear as negociações entre Félix e Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula 3, saiu pela culatra.
A conversa do comandante-mor do PDT com o ex-governador Rui Costa continua a todo vapor. A expectativa fica por conta de Bruno Reis. O alcaide vai aceitar o "hibridismo" do PDT, com o pé esquerdo no governo do PT e o direito na prefeitura ?
ACM Neto, ex-gestor soteropolitano e ex-candidato a governador, vice-presidente nacional do União Brasil, já considera como favas contadas a ida do PDT para a base aliada do lulopetismo.
Leo Prates, "companheiro" de legenda de Félix Júnior, colega na Câmara dos Deputados, vai ficando em uma situação incômoda. Leo é muito ligado a ACM Neto, amigo de infância.
O PDT, sob a batuta de Félix Mendonça Júnior, tem todo o direito de buscar o melhor caminho para o partido, principalmente em relação ao pleito de 2026 e mais especificamente no tocante aos candidatos à Assembleia Legislativa do Estado (ALBA) e ao Parlamento federal.
No bojo das negociações entre Félix e o governador Jerônimo Rodrigues, tem a promessa do mandário-mor da Terra de todos os santos e orixás de ajudar na montagem da chapa dos candidatos a deputado federal, facilitando assim à re-reeleição do pedetista.
Ao deputado Leo Prates só restam duas opções. A primeira é convencer Carlos Lupi, que é quem decide pelo PDT, a por um ponto final na articulação para levar a sigla a integrar a base aliada. A segunda opção é procurar outro abrigo partidário. No que diz respeito a Lupi é perda de tempo. O pedetista é ministro da Previdência Social. Não vai criar atrito com Rui Costa, chefe da Casa Civil.
Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que não existe mais clima para a permanência de Leo no PDT. Se o relacionamento político entre Leo e Félix já não era bom, agora degringolou de vez, sucumbiu sob 12 palmos de terra, o que faz lembrar o ditado popular de que "dois bicudos não se beijam".
E assim caminha o PDT do saudoso e inesquecível Leonel de Moura Brizola, cada um cuidando dos seus próprios interesses, que se dane o constrangimento da militância diante de um partido que não sabe o que quer.
COLUNA WENSE, SEXTA-FEIRA, 18.04.2025.
(*) Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política. Assina a Coluna Wense, publicada diariamente em vários sites e blog da Bahia, a exemplo do PÁGINA DE POLÍCIA e O SERVIDOR.
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