"Lula está com a saúde de ferro", diz José Guimarães, parlamentar cearense, líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados.
A declaração de Guimarães visa frear o disse-me-disse de que o presidente Lula não vai disputar o quarto mandato em decorrência do estado de saúde.
Quando questionado sobre o assunto, o representante do lulopetismo na Casa Legislativa nega o chamado plano B : "É ele o nosso candidato. Não existe plano B".
Lembrando ao caro e atento leitor que muitas lideranças do bolsonarismo são da opinião de que o ex-morador do Alvorada, mesmo conseguindo reverter a inelegibilidade, não deveria sair candidato em virtude da saúde.
Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que os políticos costumam esconder o estado da saúde, tendo a complacência de seus médicos. Querem passar para o eleitorado que estão fortes, prontos para governar.
O líder do PT acredita que o inferno astral, com Lula enfrentando uma impopularidade em linha crescente, sendo a mais preocupante na Região Nordeste, principal reduto do lulopetismo, é passageiro.
O otimismo de Guimarães decorre de algumas medidas que estão em andamento, o que pode provocar uma melhora na rejeição ao governo, principalmente entre os eleitores da classe pobre, que ocupam a parte de baixo da pirâmide social.
Entre as medidas que visam recuperar a popularidade do chefe do Palácio do Planalto, a mais urgente é a que pretende zerar a conta de luz para 16 milhões de pessoas e conceder um desconto para 99 milhões.
A proposta, já em pauta para ser discutida entre o Ministério de Minas e Energia e a Casa Civil, sob a batuta de Rui Costa (PT), passa a ser prioridade no governo Lula 3.
A oposição, mais especificamente a bolsonarista, não tem como ir de encontro, ser contra a proposta que vai ser enviada para o Congresso Nacional para a apreciação dos senhores e das senhoras parlamentares.
Qualquer tentativa oposicionista de criar dificuldades para o andamento da proposta só vai reforçar a opinião de que a direita não tem como prioridade a questão social.
Uma significativa parcela de bolsonaristas faz contundentes críticas ao Bolsa Família, mas não aponta outra solução para amenizar o sofrimento dos mais necessitados, que têm o direito constitucional de ter uma vida digna.
Se posicionar contra propostas que beneficiam os mais pobres é, politicamente falando, atirar no próprio pé. Religiosamente, diria até que é um pecado. O bolsonarismo vai novamente enfrentar o "Pai dos Pobres".
PS (1) - Se depender do apoio das legendas do centrão, mesmo sendo alimentadas por uma enxurrada de emendas e ocupando a titularidade de importantes ministérios, o quarto mandato de Lula vai para a sarjeta. O PSD, caso Gilberto Kassab, presidente nacional da sigla, consiga viabilizar sua candidatura ao governo de São Paulo, tendo como "cabo eleitoral" o presidenciável Tarcísio de Freitas (Republicanos), atual chefe do Palácio dos Bandeirantes, vai ser o primeiro da fila a dizer não à reeleição do petista-mor.
PS (2) - O apoio de Tarcísio a Kassab e vice-versa pode ter consequências na sucessão do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que busca acrescentar no seu currículo político a mesma façanha de Jaques Wagner e Rui Costa : duas vezes chefe do cobiçado Palácio de Ondina. Lembrando ao caro e atento leitor que a cúpula nacional do PSD não anda nada satisfeita com a chamada "majoritária puro-sangue", com a defenestração, sem dó e piedade, do senador Angelo Coronel (PSD), que assim como Jaques Wagner tem a candidatura natural como sólido argumento para disputar a permanência na Câmara Alta.
(*) Marco Wense - Itabunense, Advogado e Articulista de Política. Assina a Coluna Wense, publicada diariamente em vários sites e blog da Bahia, a exemplo do PÁGINA DE POLÍCIA e O SERVIDOR.
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